La inflación podría reducirse a un dígito anual con Milei
Ramiro Castiñeira compartiu uma série de insights sobre o atual momento econômico da Argentina, destacando as mudanças significativas que estão ocorrendo. O país passou por uma fase muito complicada, marcada por uma inflação altíssima, que chegou a mais de 300% ao ano, e uma diferença cambial impressionante de 200%. No entanto, hoje já vemos uma transformação desses números, sinalizando que algo está mudando para melhor.
Um dos principais avanços foi a redução da emissão monetária excessiva. Em novembro de 2023, o excesso de pesos chegava a representar 10 pontos do PIB, ou cerca de 70 bilhões de dólares. Essa diferença entre a base monetária aumentada e o que poderia ser considerado normal influenciava a inflação e a disparidade cambial. Agora, nos primeiros dois anos de gestão, essa diferença caiu significativamente, e hoje está em cerca de 10 bilhões de dólares, o que também ajudou a desacelerar a inflação e a pressão sobre a taxa de câmbio.
Contudo, ainda existe um resíduo desse excesso, e, após as eleições, a demanda por pesos está se reativando. Para 2026, é bem provável que o setor privado consiga absorver esse excedente. Já observamos que, em um cenário de equilíbrio fiscal e inflação em queda, a demanda por moeda voltou a crescer. A mudança nas dinâmicas econômicas está visível, especialmente na queda do risco país e no aumento do interesse por ativos argentinos.
A esperança é que, até meados do próximo ano, essa quantia acima do normal diminua quase a zero. Com isso, a Argentina terá uma base melhor para discutir como será seu regime cambial. À medida que o mercado se estabiliza, as restrições atuais, como a limitação para transferir lucros, podem ser gradualmente eliminadas, e isso pode levar a uma maior liberalização no mercado de câmbio.
Um desafio persistente é o impacto do excesso monetário gerado por questões passadas, que leva tempo para ser corrigido. Rampas temporárias, como o regime de bandas cambiais, precisam de condições econômicas mínimas para serem mantidas. Com a redução do excesso de pesos e a recuperação na demanda, a pressão sobre a taxa de câmbio tende a diminuir. Portanto, a acumulação de reservas se torna essencial, afinal, o Banco Central precisa de uma força robusta para intervir quando as taxas de câmbio atingem limites críticos.
Num tom de cautela, Ramiro ressalta que devemos focar não apenas em evitar reservas negativas em 2026, mas também em garantir que o próximo governo não repita os erros do passado. As dificuldades enfrentadas por administrações anteriores, que acabaram com o Banco Central sem reservas, são um recorde a ser evitado. Ele expressa a preocupação em acumular reservas de qualquer jeito, especialmente quando isso significa fazer isso de forma inflacionária e sem demanda real.
Quando falamos do Fundo Monetário Internacional (FMI), ele argumenta que o órgão não espera que o Banco Central compre reservas de forma inflacionária. Assim, se houver uma demanda genuína por pesos, pode haver espaço para o Banco Central operar, mas somente dentro de um contexto de controle fiscal e sem emissão monetária excessiva.
Sobre o dólar, a visão é de que ele deve ser definido pelo mercado, com uma maior liberdade neste sentido. Isso é um passo importante para que o país possa ter uma moeda que flutue de acordo com a realidade econômica, algo que o povo argentino está começando a exigir.
Ramiro finaliza em um tom reflexivo, ressaltando que a Argentina precisa operar com as mesmas regras que o Ocidente, sem controles excessivos. Ele acredita que um Estado que respeite a propriedade privada e mantenha um equilíbrio fiscal é fundamental para que haja incentivos positivos no setor produtivo e um ambiente saudável para investimentos.